Mr. Domingues

Sempre ouvi que escrevo demais, e-mails longos, cartas intermináveis para namoradas, nunca consegui usar Post-it, enfim, bem ou mal eu gosto de escrever. A intenção é que isso aqui sirva como uma "descarga mental" onde comento fatos, acontecimentos e pensamentos, na verdade, tudo que me der vontade. Sabe quando se vê um filme, lê um livro ou algo no jornal e ficamos com vontade de discutir com alguém sobre o assunto? É pra isso que esse espaço serve, assim eu incomodo menos quem está à minha volta e começo a incomodar anônimos internet afora que queiram ser incomodados. Mas é claro que não vou fugir muito dos meus hobbies, interesses pessoais e profissionais, como saúde, atividade física, esporte, tecnologia e música.

domingo, 21 de março de 2010

Endless Summer.
Esse é o nome de um filme no qual os surfistas passam todo tempo viajando em busca de ondas e sempre é verão onde eles estão. Pra quem tem dinheiro ou é surfista profissional, é possível viajar sempre atrás do verão. Bom, mas pra quem não é surfista profissional (nem todo mundo é), o verão tem um fim sempre. Mas eu não falo desse fim astronômico que sai nos jornais - "amanhã às 14:32 acaba o verão", o verão tem vários finais, depende de quem vive o verão. Pra mim, diferente das outras estações, o verão costuma ter marcos que indicam que a estação do sol deu lugar ao outono.
Para alguns o final do verão pode ser o fim do carnaval, a volta às aulas (colégio, faculdade e depois do colégio das crianças), o final do horário de verão (que sempre acaba muito cedo), o final oficial da temporada de veraneio (pra quem mora em praia), o final das férias e o consequente retorno ao trabalho, o retorno da casa de praia pra cidade, etc.
Durante alguns anos o verão acabava quando as aulas iniciavam e me lembro que numa época isso sempre batia com o Garota Verão (concurso de beleza aqui do RS), normalmente o concurso acontecia no fim de semana que antecedia a volta às aulas do colégio. Depois o concurso mudou um pouco de época, as minhas aulas do colégio deram espaço às minhas aulas na faculdade (primeiro como aluno depois como professor).
Mas eu poderia dizer que desde o final da década de 90, o que marca o final do meu verão é uma prova de natação, a Travessia a nado entre São José do Norte e Rio Grande. Coincidentemente, muitas vezes essa prova ocorreu no domingo anterior a volta às aulas na faculdade, esse ano não foi diferente. E posso dizer que agora meu verão acabou oficialmente. Pela primeira vez essa prova deixou de ser “caseira” e passou a ter a chancela da FGDA (Federação Gaúcha de Desportos Aquáticos), o que garantiu a presença dos melhores nadadores do estado e elevou muito o nível da prova.
São 3600 metros em linha reta, mas ninguém faz em linha reta e, portanto todos nadam mais do que isso. É uma prova que sempre surpreende porque a água pode ser salgada ou doce, quente ou fria, verde ou marrom e as correntes (pelo menos duas) mudam de intensidade e até de direção a qualquer momento, inclusive durante a prova.
Atravessei a nado o canal entre as 2 cidades pela 12ª vez, fazendo um dos meus piores tempos. Mas isso é um sinal de que existe justiça, afinal a cada ano estou menos jovem, tive muitas cãibras, as correntes esse ano estavam fortes, e eu também não estou no melhor do meu condicionamento.
Mas apesar do meu tempo, fico contente em ver que agora parece que essa prova realmente não morre mais. A maioria dos presentes hoje não sabe, mas essa prova iniciou em 1923, ficou parada muitos anos e foi resgatada em 1995 por Jaime Costa (já falecido, pai da nadadora Aline Costa que até hoje faz a prova). De lá pra cá apenas em 1999 a prova não foi feita por condições meteorológicas. Mesmo chegando atrás, é bom competir em casa e sinceramente o que me interessa é chegar vivo nessa prova. Já estou quase na fase de dizer pros primeiros colocados (que costumam ter menos de 17 anos) - “guri, tu me respeita hein, quando tu nasceu eu já fazia essa prova”. Falta pouco.

Um comentário:

  1. Olá Marlos, conheci seu blog através do Michel. Muito legal, parabéns. Estou lendo cada post!
    E me identifiquei muito, pois também sou músico, a difereça é que vivo disso ( ou melhor, sobrevivo). E comecei no triathlon a pouco tempo. Li sobre a travessia e vou fazer minha primeira amanha..rs
    Também tive banda na década de 90 e cresci ouvindo Iron, Megadeth, Sepultura, Slayer, Ozzy, DT, Dr.Sin, Angra, etc etc etc...eclético,não!?
    Mais uma vez, parabéns pelo blog, ja sou um seguidor.
    Bons treinos, boas competições e bons shows!!!
    abraço

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