Mr. Domingues

Sempre ouvi que escrevo demais, e-mails longos, cartas intermináveis para namoradas, nunca consegui usar Post-it, enfim, bem ou mal eu gosto de escrever. A intenção é que isso aqui sirva como uma "descarga mental" onde comento fatos, acontecimentos e pensamentos, na verdade, tudo que me der vontade. Sabe quando se vê um filme, lê um livro ou algo no jornal e ficamos com vontade de discutir com alguém sobre o assunto? É pra isso que esse espaço serve, assim eu incomodo menos quem está à minha volta e começo a incomodar anônimos internet afora que queiram ser incomodados. Mas é claro que não vou fugir muito dos meus hobbies, interesses pessoais e profissionais, como saúde, atividade física, esporte, tecnologia e música.

domingo, 10 de outubro de 2010

Bon Jovi & Rush in SP

As diferenças mais visíveis entre os shows eram: no Rush havia mais camisetas pretas e cabelos brancos na plateia. No Rush a área VIP estava proporcionalmente mais cheia que as outras, provavelmente reflexo da faixa etária do público, gente que já não tem mais idade pras horas de fila e quer ver a banda mais de perto (porque foi pro show sem óculos). No Bon Jovi o público era 50/50 (metade homem, metade mulher), no Rush era metade homem e a outra metade também. Não, falando sério tinha mulher na plateia, mas poucas eram visivelmente fãs do Rush, a maioria parecia estar lá como acompanhante. Fila pros banheiros: no Rush não havia fila feminina, mas a masculina era imensa, praticamente o oposto do BJ. Como no Rush o público era ligeiramente mais velho, tinha bastante gente fumando maconha, o que está completamente fora de moda.
O show do BJ estava muito bom, mas o do Rush é uma experiência que qualquer músico deveria ter, gostando ou não de Rush. Eu mesmo não me considero um grande fã da banda, mas ouvi muito Rush quando comecei a tocar guitarra e ouvir rock "de verdade" (1986). Nessa época os LP's do Deep Purple, Led Zeppelin, Pink Floyd e Rush eram os mais tocados na minha casa e dos amigos. E eu jamais poderia imaginar que um dia assistiria eles ao vivo, muito menos que eles ainda estariam na ativa quando eu estivesse me aproximando dos 40 (a banda surgiu em 1968). E na transição dos LP’s para os CD’s da juventude, meu primeiro CD foi o Slippery when wet do Bon Jovi, presente de aniversário (17 anos) de uma namorada. Os gaúchos do Fresno abriram pro Bon Jovi, e já se sabia que seriam hostilizados pela plateia. Algumas vaias, muitos dedos erguidos, mas acho que não tem muito cabimento vaiar os guris, afinal, eles estavam trabalhando e encarar mais de 60 mil pessoas com vaia não deve ser fácil, acho que ninguém merece isso. Mas que eles são fraquinhos, isso são. O Bon Jovi tocou músicas de 3 épocas bem distintas da banda, uma cover de Pretty Woman (Roy Orbison), coisas antigas como Runaway, Blood on blood, I'll be there for you; músicas dos anos 90 como In these arms, Keep the faith, e as mais recentes We Weren't Born to Follow e Lost Highway, mas praticamente todas as mais conhecidas via FM foram tocadas (You Give Love a Bad Name, Born to Be My Baby, It's My Life, Always, Someday I'll be Saturday Night, Livin' on a Prayer e Bed of Roses). Das mais melosas, só ficou de fora Never say goodbye pra não dizer que tocaram todas as conhecidas. Antes do show eu havia lido um comentário negativo sobre um DVD ao vivo recém lançado dizendo que a banda estava longe da sua melhor forma. É óbvio que eles não têm mais 25 anos (têm o dobro disso), mas nenhum prejuízo ao show, muito pelo contrário, acho que o Jon Bon Jovi ficou menos exibido com os anos e a banda parece uma coisa única ao invés de um frontman com uma banda de apoio. O guitarrista Richie Sambora segue o mesmo, tocando e cantando muito bem. No show inclusive a música Lay your hands on me é cantada apenas por ele enquanto o Jon descansa. Só o gosto dele por guitarras esquisitas é que piorou, já o Jon segue usando aquele mesmo modelo de violão preto Takamine (ok, ele comprou antes de mim, eu que imitei ele mesmo). Por volta de 27 músicas, tocadas em mais de 2h 30'. E ouvi alguns comentando "ah, eu vim porque ELA queria vir, mas até que gostei bastante". Na plateia vários remanescentes da época "poodle rock n' roll", de cabelo comprido, couro, brincos, correntes, etc. Acabei de ler que o show do Rio, além de ter 5 músicas a menos, teve um repertório bem “inferior” ao de SP, deixando de fora coisas que o pessoal queria ouvir e incluindo músicas meio obscuras no setlist. Uma moça me fez mudar de lugar durante o show, ela insistia em cantar TODAS as músicas do início ao fim, com aquele inglês do Yázigi que só o brasileiro tem e sempre meio tom acima - insuportável.

No Rush a surpresa ficou por conta dos vídeos cômicos que eles projetam no início, meio e final do show, nos quais eles são os atores. O show tem uma parada de meia hora, e eles explicam que isso deve-se ao fato da idade dos componentes da banda que precisam descansar, ir ao banheiro, etc. afinal são senhores de 60 anos, mas como tocam os “velhinhos”. Em todas as músicas os 3 provam porque são das raras unanimidades, sendo admirados pelo pessoal do Jazz, rock, metal, etc. O baterista Neil Peart diminuiu a sua bateria (em tamanho), mas segue sendo um show à parte. Na maioria das listas de “melhor do ano” ele nem é mais concorrente porque na categoria melhor baterista perdeu a graça e tiraram ele da concorrência desde a década de 80. Não tem nada simples no jeito com que ele toca, parece que tem sempre outro baterista tocando junto.
Tudo bem que eles usam bases pré-gravadas e sintetizadores, mas é incrível a potência do som que o trio consegue produzir ao vivo, nenhum DVD ou filmagem consegue reproduzir. E eu fui ao show principalmente por esse motivo, não como fã de cantar música junto, mas eu queria ver a qualidade técnica da banda e mesmo esperando o melhor possível eu ainda fiquei surpreendido. As músicas que mais fizeram o pessoal delirar foram as conhecidas Closer to the heart, Tom Sawyer (lembram da abertura do McGyver??) e a The Spirit of radio (pra quem é gaúcho, tema de abertura do Jornal do Almoço durante anos) além da parte em que eles tocaram na íntegra o álbum Moving Pictures. Para o meu gosto de Rush, queria ter ouvido mais coisa dos álbuns Counterparts e Roll the bones, a fase que mais gosto deles são os anos 90, mas sem reclamações. O sistema de iluminação e efeitos especiais de palco que o Rush usa é uma atração extra. Uma estrutura de luzes similar à uma aranha fica sobre os músicos e se articula, muda de cor, sobe de desce durante as músicas. Câmeras ficam na parte superior do palco para filmar de cima os músicos (principalmente o baterista).
Lição: nunca vá a um show com máquina fotográfica nova achando que as configurações são “intuitivas”.
No show do BJ fui e voltei de táxi dividido com gente que encontrei no caminho. Para o Rush fui caminhando por causa do engarrafamento e do preço abusivo que os taxistas cobram pelo horário e pela procura que um show de 50-60 mil pessoas causa na região do Morumbi (um trajeto de 20 reais pode custar até 100, dependendo do humor do taxista).
Dei uma checada no deus Google para fazer um caminho e ver a distância. Do hotel ao estádio eram 4,5km. A ida a pé foi tranquila (apesar de ter muita subida), mas na volta resolvi correr ao invés de caminhar porque andar 4,5km em SP depois da 1 da manhã não me pareceu ser muito legal. Resultado, devo ter corrido os meus 4,5km mais rápidos na modalidade "estou da calça jeans, tênis velho e em pé há mais de 5 horas".
No Brasil é assim, ás vezes ficamos meses, anos sem nenhum show internacional e agora entre festivais e shows individuais, em menos de um mês acumula um monte de coisa que eu gostaria de ver (Bon Jovi, Rush, Greenday, Festival SWU: Joss Stone, Kings of Leon, Dave Matthews Band, Linkin’ Park, e o festival da Natura com Jamiroquai e Snow Patrol). E perdi esperança de conseguir um ingresso para o tal do Paul McCartney aquele (ele tinha uma banda nos anos 50-60, parece que o nome era os The Beatles). Serão 2 shows no Brasil, mas o de Porto Alegre já esgotou em 2 horas e duvido que SP seja diferente. Mas tudo bem, o Paul está em início de carreira deve vir ao Brasil ainda várias vezes.

Um comentário:

  1. Tentei contato com o amigo Mairos, porém, sem sucesso, afinal, seu celular esta desligado

    abs do amigo carioca agora residente em sampa Nico, ou Nilson.

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